A MORTE DO VAQUEIRO

Numa tarde bem tristonha gado muge sem parar
Lamentando seu vaqueiro que não vem mais aboiar
Não vem mais aboiar, tão dolente a cantar
Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo
Eh, gado, oi!
Bom vaqueiro nordestino morre sem deixar tostão
O seu nome é esquecido nas quebradas do sertão
Nunca mais ouvirão seu cantar, meu irmão
Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo
Eh, gado, oi!
Sacudido numa cova, desprezado do senhor
Só lembrado do cachorro que inda chora sua dor
É demais tanta dor, a chorar com amor
Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo
Eh, gado, oi!
(Nelson Barbalho/Luiz Gonzaga)